O Overlei

O Overlei é um não-coletivo: uma plataforma para troca de idéias e desenvolvimento individual de processos artísticos. Ilustração, foto, grafite, texto, design, instalação e pintura: cabe tudo no barco e todo tipo de expressão é bem vinda!

20110215

Mississippi John Hurt





Acabei de parir esse retrato do John Hurt aí, feito com papel cartão preto e lápis de cor branco e prata. Foi a primeira vez que tentei trabalhar com fundo preto, e senti uma dificuldade imensa de desenhar a luz, e não a sombra, como estou acostumada. Inverter tudo que você pensava saber é um baita desafio. Se quer clarear, tem que depositar mais, se quer escurecer, depositar menos, e demora pra acostumar com essa lógica doida. Também entrei em pânico quando vi que, por se tratar de lápis de cor, a borracha não funciona de jeito nenhum.

Mas é isso aí, de um jeito ou de outro, saiu.
O John Hurt é meu queridinho e foi o primeiro, mas quero estender o trabalho pra mais alguns blueseiros que tanto amo. O Buddy Guy ficaria bem legal com aquela guitarra de bolinhas, não? haha

Pra quem não conhece e quer ouvir o som do cara, taí: http://migre.me/3T1ns

Beijos, crianças. (:

6 comentários:

  1. Legal! Bem blues, expressivão e talz. A série de blueseiros ficaria style. Beijos, tia. xD

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  2. bem legal vc querer sair da zona de conforto e experimentar algo q vc ñ está acostumada, gabi.
    particularmente gosto mto de explorar um papel diferente, por exemplo, e se ir aprendendo a lidar com isso.. uma plataforma diferente q nao ta acostumado

    seu traço é mto bom, tem mto pedigree a composição no papel ta charmosa bagarai. to estranhando um pouco a luz durona no rosto só

    éissoae!!

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  3. Pode crer, Pimpas, a luz do rosto dá uma quebra. Mas acho loco, ele ficou com um aspecto de boneco de madeira. Acho massa não ver pernas, banquinho ou qualquer coisa abaixo do violão, como se o que importasse tivesse dali pra cima, haha.

    O ruido pra mim tá na continuação do braço do violão depois da estante do microfone. Parece que deu uma engrossada. Acho que até a foto deu uma desfocadinha ali na cabeça do violão, né?

    Desenho lindo, Gabi!

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  4. Animal, achei lindo o resultado, e um belo desafio esse de inverter, heim!!! show!

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  5. O fato da borracha não funcionar bem eu vejo com bons olhos. É uma boa em certos momentos do desenho não se ter como voltar atrás.Interessante a expressão do John Hurt me fez lembrar de alguns retratos do Francis Bacon, mas bem mais sutil que as entortadas viscerais do Bacon. Curti, fico na expectativa dos próximos. Abraço.

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  6. Queridos, muito obrigada pelos comentários tão detalhados. Adorei!

    @Edu: Valeu! Assim que tiver um pouquinho de tempo faço mais alguns! (:

    @Pimpas: É legal mesmo trabalhar de um jeito diferente do que você está acostumado. Te força, te mostra que você não sabe nada, te desafia e te faz evoluir, por bem ou por mal. Valeu pelos elogios! Sabe, só depois que você falou sobre a luz durona que eu reparei, e acho que você tem razão. Ficaria melhor mais suave, vou tentar amenizar isso nos próximos e ver como fica, valeu! :D

    @Victão: Esse negócio que você falou das pernas dá um sentido todo bonito e especial pro negócio. Confesso que não tinha pensado nesse lado poético ao fazer o desenho, simplesmente imaginei que essa parte do corpo estava escondida no escuro. Animal, o que importa realmente está ali em cima. E quanto ao braço do violão, eu realmente tive uma dificuldade absurda ali. O lápis deslizou, engrossou, tentei arrumar e não deu. Ficou torto mesmo, daí tentei amenizar sem sucesso haha. Droga! A foto foi com o celular mesmo, meu scanner tá quebrado, queria descobrir onde ela não tá desfocada hahaha. Obrigada pelos detalhes e por me mostrar aspectos do meu desenho que nem eu mesma havia percebido. ;)

    @Bia: Muito obrigada, bonita!

    @William: Achei interessante seu ponto de vista sobre o não funcionamento da borracha, me conta mais? Eu sou uma escrava da borracha, preciso aprender a me libertar e aceitar mais o traço original, acho. Mas essa segurança e acerto de traço é só o tempo (e o treino) que dá, né? Soltei um sorrisinho com o fato de algo ter te lembrado o Bacon, quanta honra! Gosto dele! Sabe, frequentemente acho meus trabalhos sem estilo, sem marca, só realismo. Sei lá, queria arriscar, buscar esse tempero, mas não sei como. Vou tentando. Obrigada pelas palavras, assim que tiver mais posto aqui pra gente ver (:

    Beijos!

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